De todas as vezes em que me perdi, e em que me soube perder, para que me pudesse encontrar, de todas essas vezes, demasiadas vezes, o medo do escuro polarizava as minhas pálpebras, e os meus olhos nunca fechavam. De todas essas vezes, demasiadas vezes, procurava apenas um canto bem pequenino e bem distante, onde pudesse ficar a olhar os ângulos rectos e as linhas e as cores e as texturas. Agora, hoje, já, de olhos fechados mas sem medo do escuro, longe dos cantos e a provar matematicamente os ângulos, a inventá-los e a desenhá-los, curvando linhas, experimentando cores, tacteando texturas, a imagem que o meu escuro desenha, que é a imagem que o meu ser deseja, é esse teu tudo ao mesmo tempo. E que bem me soube perder, para te encontrar!
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
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